domingo, 16 de novembro de 2008

Yes, nós temos bananas



Do lado de fora, para quem passa na porta, o colorido chama a atenção: azuis, amarelos, vermelhos e verdes gritam alguma tropicalidade. Dia após dia, no caminho para o trabalho ou na volta dele, as pessoas espiam, curiosas - mas ainda assim sem tempo de parar e dar uma boa olhada: "O que será?".

Estudantes aprendem um pouco sobre o autor da obra, enquanto professores perguntam o que eles pensam antes que os monitores justifiquem a presença de cada um dos elementos.

Turistas tentam compreender um pouco mais dessa cultura que mistura hostilidade e servilidade, miscigenando símbolos e extremos de desigualdade.

Em pleno centro velho de São Paulo, a poucos metros das sedes administrativas dos principais bancos do país - e até da própia Bolsa de Valores -; em um lugar onde se discutem crises mundiais e variações no preço do barril de petróleo; cercado de produtos chineses, japoneses e made in Manaus quase de graça, nas mãos de homens e mulheres que lutam por sua sobrevivência como podem; driblando os impostos de um estado que não os proviu do item mais básico para sua existência dentro do sistema capitalista - o trabalho; o saguão térreo do Centro Cultural Banco do Brasil exibe sua decoração repleta de guarda-sóis, cadeiras floridas, copos de pinga e, claro, bananas! Dispostos de maneira simétrica, um grande círculo cujo centro é um cruzamento de estatuetas de Iemanjá, cuidadosamente organizadas em degraus, apresenta-se divertido e quase onírico.

Os símbolos empoleirados compõem um cenário que não gera dúvidas. Praticantes ou não da brasilidade, de alguma forma estes elementos nos são familiares: o tema é Brasil.





2 comentários:

Fernanda Francoh disse...

gostei do post. aguardo novidades sobre a cidade turbulenta! bjos

Fernanda Francoh disse...

faltando atualizar... bjos!